domingo, 8 de março de 2009

Manifestação põe 'Folha' e 'ditabranda' no devido lugar

Do portal Vermelho


Procura-se uma nova máscara para a Folha de S.Paulo. A fantasia de “jornal a serviço do Brasil”, “crítico, pluralista e apartidário”, “de rabo preso com o leitor”, foi desfiada de vez neste sábado (7), em ato promovido pelo Movimento dos Sem Mídia (MSM), em frente à sede da própria Folha, em São Paulo.

Os manifestantes — cerca de 500 pessoas — denunciaram os laços íntimos entre a família Frias, proprietária do jornal, e a ditadura militar (1964-1985). Fizeram mais: renderam homenagens às vítimas dos “anos de chumbo” e rechaçaram o termo “ditabranda”, evocado pela Folha para relativizar o regime totalitário. Eram ex-presos políticos e familiares de vítimas da ditadura, lideranças partidárias, ativistas dos mais diversos movimentos da sociedade civil e de organizações não-governamentais.

Havia até um leitor da Folha, Adilson Sérgio, que não se contentou em mandar mensagens ao jornal, foi à manifestação e pediu a palavra. “Vim aqui em nome de meus filhos e netos, que precisam saber a verdade. Ditadura é ditadura. Ditabranda é a porra”, disparou, indignado.

Antes do ato, a Rua Barão de Limeira já estava tomada por faixas e cartazes que antecipavam o tom do protesto. “Folha, ditabranda nunca existiu. Ditadura nunca mais”, dizia uma das faixas. “De rabo preso com o feitor”, ironizava um cartaz. “‘Ditabranda’? No dos outros é refresco”, enunciava uma mensagem mais audaciosa.

“Com esse ato, queremos estimular a sociedade a sair da afasia, da letargia”, explicou o presidente do MSM, Eduardo Guimarães, antes de ler para o público o manifesto “Pela Justiça e pela Paz no Brasil”. Segundo Eduardo, “depois de 20 anos de ditadura, as pessoas no Brasil têm medo de se manifestar. Mas não podemos ficar quietos”.


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